Thursday, June 10, 2004

Se não fosse a névoa da manhã
E a velha janela onde me vou
Debruçar, para ouvir a voz das coisas
Eu não era o que sou...

Se não fosse esta fonte, que chorava,
E como nós cantava e que secou...
E este sol, que eu contemplo, de olhar,
Eu não era o que sou...

Se não fosse este luar, que chama
Os espectros à vida, e se infiltrou,
Como fluído mágico, em meu ser,
Eu não era o que sou...

Se a estrela da tarde n brilhasse,
E se não fosse o vento, que encantou
meu coração e as nuvens, nos teus braços
Eu não era o que sou...

Se não fosse a noite misteriosa
Que meus olhos de sombra povoou,
E de vozes lúgubres meus ouvidos,
Eu não era o que sou...

Sem esta terra funda e fundo rio,
Que ergue as asas e sobe, em claro voo
Sem estas bermas, montes e arvoredos
Eu não era o que sou...

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